26/09/2009

Memória...



Por entre passado e presente
vou retomar a semente -mas esta já te pertence Amor
do poema que estava a fazer
(tenho os versos todos prestes
no vulcão do meu ser).
Arrancar da memória
restos de velhos poemas
já sem data nem pretexto
que retomo, refaço
e onde mergulho e me confundo.
É sempre o mistério da poesia,
esta acção de me escrever
descrevendo o meu passado,
este ser que ia sofrendo
procurando aperceber-me
de quem fui, mas já não sou.
Poesia, Cruz de Sedro
que dia a dia trago comigo
estes destroços de mim mesmo
que vão enchendo gavetas
com resmas soltas de papel fotográfico.

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