16/11/2009

De volta ao GRUNGE


O errático percurso deste quarteto oriundo de Seattle, um dos pioneiros do movimento grunge, é sobejamente conhecido e já foi documentado nestas (e em tantas outras) páginas até à exaustão.  
A obsessão de Layne Staley pela heroína tornou-se famosa desde muito cedo e, não sendo exclusiva ao malogrado vocalista, acabou por ter um impacto enorme em tudo o que fizeram durante a primeira fase da sua carreira... E se, por um lado, a toxicodependência dos músicos inspirou a genial espiral negra do clássico Dirt , por outro fez com que andassem perdidos demasiado tempo e acabou por culminar na morte de Layne em 2002.
 Por tudo isso, é natural que Black Gives Way to Blue seja abordado com tanta reticência como o regresso da banda aos palcos em 2005. À semelhança do que se passou com as inúmeras actuações que deram com William DuVall no lugar de vocalista, este álbum torna claro desde muito cedo que o colectivo não está disposto a abrir mão do passado... Não querendo, no entanto, limitar-se única e exclusivamente a isso.  
Os Alice In Chains de 2009 mostram-se ainda mais robustos, dinâmicos e aventureiros - o tema-título, uma homenagem a Layne escrita por Cantrell, conta com a improvável colaboração de Elton John ao piano. Os elementos que tornaram os Alice In Chains famosos (riffs demolidores, belíssimas harmonias vocais e ambientes melancólicos arrepiantes) continuam a marcar presença aqui, mas surgem amplificados para além do que alguém poderia imaginar.  
Aqui e ali há até uma piscadela de olho ao passado glam do projecto, mas nada que belisque a sua integridade artística. Seja através da adição de uma segunda guitarra à formação ou ao timbre da sua voz, William DuVall revela-se uma peça-central neste renascimento de uma das propostas mais geniais surgidas durante os anos 90 e prova que, ao contrário do que se pensava, afinal os Alice In Chains conseguem escrever grandes canções mesmo sem Layne Staley. 

 



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