13/07/2010

horas mortas

São horas mortas que ninguém vê
São as mortas horas que se matam
São as horas mortas que ninguém prevê
São as mortas horas que me param...

Serão horas mortas por mim

Horas mortas no relógio da vida
Horas que pairam sobre mim
Horas por quem me sinto perdido...

Horas mortas que ninguém vê
Horas mortas que param o tempo
São horas que me sufocam
Horas que servem de sustento...

Horas mortas que são eu

Horas mortas que me sussurram
Horas que alguém me deu
Horas mortas que me empurram...


São estas as minhas horas que o tempo matou, são estas as minhas horas mortas que me sufocam com seu pudor e vigor... São estes tempos parados que me transformam neste ser imundo e desgostoso de si próprio devido a tanta insegurança e medos próprios...
É aqui, durante este espaço de tempo morto que pairo por entre vagueios sublimes de pensamentos teus e meus, e passeio por entre vales onde tu não chegas, caminho por estes tais trilhos que ninguém pisa, que ninguém toca, que ninguém vê...
Espaço morto e inacabado dalgum pensamento que se desfez ao passar para lá da noite escura e fria, assim como eu me desfaço quando passo por teu escuro e frio coração... É tamanha insegurança que estas horas mortas se alimentam e se viram mais ainda contra algo que lhes pertence, saberão elas que eu faço parte delas e não elas de mim?
Tempos mortos, horas mortas, fios cortantes que insistem em permanecer em meu coração e insistem apenas em cortar e fazer sangrar todas aquelas boas partes que existem em mim... Essas partes boas não irão morrer pois serei eu mais forte do que qualquer fio transparente ou lâmina mais violenta que exista... Apenas quero ser feliz, mesmo que o seja dentro e fechado no meu mundo com as minhas pessoas, com essas pessoas que entram e permanecem no meu mundo, pessoas estas que são o tal suporte de vida que me suporta a mim e também ao que me acompanha: o corpo!
Em horas mortas e sufocadas pairo por cima de tempos escassos e depravantes de teu desgosto e tua tristeza, agora sim, ultrapassei-te e já passas tão despercebida como uma borboleta no meio de tantas magnificas asas de Anjo...
Permaneço nestas horas mortas e elas me levam de volta do sonho angustiado de vos perder, e entro então neste meu mundo com todos vós à minha volta vendo meu regresso e apenas fazendo um escasso sinal vago com vossas cabeças, acenando uma volta apreciada...
Horas mortas, que me transportam até vocês... Horas mortas...

1 comentário:

sophie disse...

Não deixes que as horas mortas te levem as coisas boas...


p.s. As minhas horas já não andam tão mortas, comecei a fazer o estágio finalmente!
(Não que isto te interesse... Mas enfim! Sempre ajuda ter a cabeça ocupada...)