24/03/2011

Monsanto

Oh floresta, calma, que atravesso
Com o coração tão cheio de esperança
Oiço todas as vozes que escorregam pelas árvores
E as ervas que se rasgam nas minhas pernas.

Deixa-me sentar em teu tom mais escuro
Enquanto as corujas cinzentas voam sobre mim;
Aqui peço a tua bênção:
Que não se torne uma ilusão
E não desapareçam numa letargia lenta de solidão.

Perscrutando a escuridão, amiga,
Como alguém vazio da vida e de caminho
Congelados numa escultura de pedra,
Estou na tua sombra, mas não sozinho.

Deus pode trazer de volta aqueles dias
Quando, como duas figuras sombrias
Tremendo debaixo dos lençóis quentes...
Nesta floresta silenciosa,
De ruído ensurdecedor... 

A tarde traz-me recordações de ti meu amor,
Sedento da tua boca doce,
De chá de mel... quente,
como alegria que trouxe,
a tua cabeça ao meu regaço.

2 comentários:

sophie disse...

Adorei... :)

sophie disse...

Faltam-me tantas vezes as palavras para descrever o que sinto quando te leio...
De cada vez que o faço (re)encontro-me em ti... e em Nós...