04/08/2009

O Grito...


Depois de ti Edvard ninguém

Mesmo ninguém pode voltar a Gritar...

Pela loucura das tuas cores esmagaste

Totalmente os gritos posteriores Pariste

Definitivamente pelo Grito Todos

Mas todos os Ais profundos e enormes

Que se alojam na alma do Ser...

Puseste lá o gesto e o feitio exactos

A abertura milimétrica
de uma boca dolorosamente contorcida

Desfiguraste o rosto perdido
alongaste o crânio cadavérico
beijando a Morte

Como se a Dor fosse resultado
de duas mãos enormes a esmagar...

Não contente ainda distorceste angustiaste

O caminho longilíneo e ondulante irmão de um fiorde

De águas irreais à superfície cheirando a loucura

Duas figuras mais puseste um barco meio perdido e

O esboço de uma Povoação ainda

Assim num abraço constrangente de paisagem calaste

Calaste para sempre todo o Grito

Esgotaste em absoluto a essência

Da Dor Espelhaste e esvaziaste a nossa Alma...

No Grito foste Deus...

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