03/08/2010

O feitiço

Quando do rio da morte a onda amortalhar
a rosa em plena floração,
quando com o dador a dádiva
no túmulo dormirem,
quando o fruto recente sacudido
for juntamente co renovo,
quando a flor esquecida e solitária
se estiolar magoada,
ao céu sombrio,
o véu será dilacerado
e desfeito o feitiço.
Mas lentamente a nuvem sobe,
é fraca a brisa
que o céu suspira.
Pois grande era o poder do vagabundo,
miraculoso o seu feitiço;
Eficaz, poderoso,
quando nasceram:
Sobre eles pesa ainda uma influencia
que aniquilar nenhum mortal consegue;
A encantação que neles há
ninguém a pode dissipar.
Vigília durante as horas tenebrosas,
horas dos astros e da noite...
A sombra acabara e a luz dos astros
se há-de extinguir...

Charlotte Bronte

Sem comentários: