Há dias que parecem inalteráveis,
Auroras de relógios imóveis,
Hostis ao acaso,
Como se o tempo fosse um longo rio que ignora a voz das marés,
E se parasse.
São os dias que esquecem a noite escura,
Densa,
Com a vida no fundo
De um silencioso poço,
A interminável noite do esquecimento,
E a ofensa que antecede à carícia,
A fé
E o abandono.
Mas penso sempre haver algo melhor,
Ou assim parece:
Cumes mais altos para escalar,
Caminhos nunca antes percorridos,
Audazes desatinos,
Ou um novo amor,
Se o velho adormeceu.
No entanto, o tempo mais tarde ou mais cedo,
Ensina-nos que cumes,
Caminhos,
Loucuras,
E a nova amante,
São como pinturas de um museu,
Impossíveis que sonhei.
1 comentário:
Boa reflexão!
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