Ao Luar

No recanto da noite, alguém espera

ver a luz do dia num abraço qualquer,

entrelaçar as mãos em alegria doce

na alma quente dum amigo, como ser.

Respondendo a questões antigas, empoeiradas,

já arrumadas entre o nevoeiro,

olhar nos olhos calmos do reencontro saudoso,

sonhado faz muito, como primeiro.

Somos feitos de alma escondida

num rosto de expressões contraditórias,

somos o mundo no mundo dos outros,

somos a máquina, somos a energia.

Mas somos esse abraço reconfortante,

onde se fecham os olhos,

abrimos a nossa alma sem rosto,

flutuando a dois, em sexto sentido.